Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 18 de junho de 2011

Jazz Standards (XIX)

Gostaria de salientar e após 18 semanas, aqui neste meu Blog O Pacto Português”, de « Jazz Standards », que isto não é um curso, mas sim, um prazer meu e de vos dar a ouvir outro tipo de música.
Apreciem-na sempre e de preferência, da que tem qualidade. A música é ainda das poucas coisas verdadeiras e universais.    
A explicação abaixo, sobre o que é um “Jazz Standard” é importante para quem ler o meu Blog pela primeira vez, por isso a repito, todas as semanas.
Como vos disse já mais que uma vez, não sou músico, não sei música, sou simplesmente um melómano, interessado em ouvir sons com qualidade e diferentes das trivialidades que passam pela grande maioria da nossa rádio e televisão.
               
O que é um “Jazz Standard” ?              
              
Os termos “standards” ou “jazz standards” são muitas vezes usados quando nos referimos a composições populares ou de músicas de jazz. Uma rápida pesquisa na Internet revela, contudo, que as definições desses termos podem ser muito variar muito.
Então o que é um “standard” ?
Comparando definições de alguns dicionários e de estudiosos de música e baseando-nos naquilo que for comum e que estiver em acordo, será razoável dizer que:
“Standard” (padrão) é uma composição mantida em estima contínua e usada em comum, por vários reportórios.
… e …
Um “Jazz Standard” (padrão de jazz) é uma composição mantida em estima contínua e é usada em comum, como a base de orquestrações/arranjos de jazz e improvisações.   
Algumas vezes, o termo “jazz standard” é usado para sugerir que determinada composição se torna um “standard”. Palavras e frases têm muitas vezes múltiplos significados e esta não é excepção. Neste sítio http://www.jazzstandards.com/ nós vamos usar a definição que tem maior aceitação geral, uma que aceita composições seja qual for a sua origem.            
               
(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos).          
               
(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)                   
       
Don’t Blame Me (#38) – Música de Jimmy McHugh e Letra de Dorothy Fields 
Durante a revista de 1932 “Clowns in Clover”, Walter Woolf King apresentou a composição “Don’t Blame Me” no “Teatro Apolo” de Chicago. A estreia original foi em Londres no “Adelphi Theater” em 1927, e “Clowns in Clover” estreou a dupla, marido e mulher, Jack Hulbert e Cicely Courtneidge. O espectáculo em Londres teve grande sucesso e esteve em cena, cerca de 500 actuações. Enquanto Noel Gray escreveu a versão musical original para “Clowns in Clover”, Dorothy Fields e Jimmy McHugh, adicionaram ao espectáculo de Chicago, canções como “Don’t Blame Me”.                
                  
Sarah Vaughan (Newark, 27-03-1924 — Los Angeles, 03-04-1990) – Uma gravação dos anos 50.                
                  
             
              
Letra (versão de Sarah Vaughan)            
         
Don't blame me
For falling in love with you
I'm under your spell
How can I help it?           
Don't blame me
Can't you see
When you do the things you do?
If I can't conceal
The thrill that I'm feeling             
Don't blame me
Can I help it
If that doggone moon above
Makes me need
Someone like you to love?                
Blame your kiss
As sweet as a kiss can be
And blame all your charms
That melt in my arms
But baby
Don't blame me              
                  
Nat King Cole (Newark, 27-03-1924 — Los Angeles, 03-04-1990) – Do álbum de 1958 da Capitol, “The Very Thought Of You”, orquestração e regência de Gordon Jenkins. Faixa nº. 15.                    
            
            
                 
Letra (versão de Nat King Cole)              
    
Don’t blame me
For falling in love with you
I’m under your spell
But how can I help it?                   
Don’t blame me
Can’t you see
When you do the things you do
If I can’t conceal
The thrill that I’m feeling                  
Don’t blame me
I can’t help it
If that doggone moon above
Makes me need
Someone like you to love                
Blame your kiss
As sweet as a kiss can be,
And blame all your charms
That melt in my arms,
But don’t blame me                 
Blame your kiss
As sweet as a kiss can be,
And blame all your charms
That melt in my arms,
But don’t blame me                 
Blame all your charms
That melt in my arms,
But don’t blame me             
     
John Coltrane (Hamlet, Carolina do Norte, 23-09-1926 - Long Island, Nova Iorque, 17-07-1967) – Jazz Be Bop 1954-1957             
               
               
            
Thelonious Monk (Rocky Mount, 10-10-1917 — Weehawken, New Jersey, 17-02-1982)                   
           

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!